quarta-feira, 14 de maio de 2008

O velho repórter ignora a nova mídia

Desde que estreou no iG, há cerca de um mês, o experiente jornalista Ricardo Kotscho já publicou dez artigos. Ótimo texto, credibilidade, faro para boas pautas. A contribuição inclui uma entrevista exclusiva com a ministra Dilma Rousseff. Mas são textos longos, que exigem do internauta a mesma habilidade de um leitor de jornal. Afinal, todos os textos publicados até aqui poderiam estar em jornais ou revistas.

Não há qualquer flerte com as novas linguagens, nenhuma iniciativa multimídia. Somente alguns links em uma matéria que trata de política internacional. O velho (e ótimo) repórter continua sendo um profissional da velha imprensa. Tudo é verbal.

Quando foi publicada a entrevista com Dilma Rousseff, o ombudsman do iG, Mario Vitor Santos, publicou um post em que dizia:

O iG vislumbra a possibilidade de vir a se desenvolver plenamente como veículo jornalístico. Não mais principalmente como mero repetidor de informações obtidas por terceiros e parceiros, mas como origem de furos relevantes, disputando com os jornais, revistas, emissoras de TV, rádio e outros portais.

Sem dúvida, Kotscho pode contribuir com excelentes textos, mas tanto ele quanto a equipe do iG falham em não investir em novas narrativas. A meu ver, perde-se uma grande oportunidade de se fazer algo ainda inédito no Brasil: usar um dos melhores repórteres do país para trabalhar novas formas de se contar histórias. Cadê os vídeos, áudios, infográficos e outros recursos que a web proporciona?

Veja a produção de Ricardo Kotscho no iG.

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