sábado, 30 de maio de 2009

Ligue os pontos!

O designer gráfico e diretor de criação e planejamento da Bolt Brasil, Alexandre Estanislau, encerrou o ciclo de palestras sobre internet, mobilidade e conectividade no projeto Estação Pátio Savassi. A discussão sobre redes sociais abordou, principalmente, as potencialidades das redes peer-to-peer e os aspectos colaborativos envolvidos nas diversas ações presentes na web. Para Alexandre Estanilsau, relevância, verdade e pertinência são as três palavras-chave das redes sociais. Gostei, particularmente, de dois exemplos de ações coordenadas apresentados na palestra. A primeira, uma edição audiovisual da música Stand By Me do projeto Playing for Change, que reúne artistas de rua de diversas partes do mundo. Veja a explicação dos criadores do projeto:

Playing for Change is a multimedia movement created to inspire, connect, and bring peace to the world through music. The idea for this project arose from a common belief that music has the power to break down boundaries and overcome distances between people. No matter whether people come from different geographic, political, economic, spiritual or ideological backgrounds, music has the universal power to transcend and unite us as one human race. And with this truth firmly fixed in our minds, we set out to share it with the world.





O Segundo exemplo apresentado do pelo palestrante foi a campanha da T-Mobile realizada em 30 de abril na Trafalgar Square, Lodres. Os organizadores do evento distribuíram microfones a uma multidão e transformaram a praça num gigante caraoquê. Dois vídeos que mostram como existem múltiplas formas criativas de unir as pessoas.


quarta-feira, 20 de maio de 2009

Classe C impulsiona consumo on-line

Com certo atraso, publico alguns dados e tópicos abordados na palestra “A internet e seus usuários”, com Joana Andrade e Camila Mantovani. O que mais me chamou a atenção foram as informações sobre o consumo de famílias fora do padrão sócio-econômico A-B.

- Segundo o Ibope/NetRatings, o Brasil atingiu a marca de 25,5 milhões de usuários residenciais.

- O barateamento dos custos de conexão e dos equipamentos favorece a entrada da Classe C na web.

- As lan houses estimulam novas conexões domiciliares. Por quê? O baixo custo por tempo de conexão atrai os jovens. Estes, por sua vez, pressionam cada vez mais os pais para a aquisição de banda larga residencial.

- Famílias com renda mensal de até R$ 3 mil representam cerca de 60% dos novos compradores de lojas virtuais.

- As mulheres ultrapassaram os homens no volume de compras on-line.

- A entrada da Classe C não significa o início de uma evolução linear que vai abarcar toda a sociedade. Os custos atuais ainda excluem famílias com poder aquisitivo muito baixo (classes D e E).

domingo, 10 de maio de 2009

Internauta brasileiro é exibicionista e ingênuo, diz advogado

Os internautas ainda não estão preparados para enfrentar os limites da lei no ciberespaço. Em pior situação estão alguns milhões de usuários brasileiros que, segundo o advogado Alexandre Atheniense (foto ao lado), são exibidos por natureza, adoram estar na crista da onda, mas também são “extremamente ingênuos”.

O desconhecimento da legislação, aliado ao descumprimento de medidas básicas de segurança, levam o internauta à condição de vítima ou, ainda pior, a se tornar um potencial criminoso, por vezes sem saber por quê. Atheniense é especialista no assunto e, com base em uma larga experiência jurídica, denuncia algumas armadilhas da rede.

Segundo ele, muitos blogueiros não sabem que são responsáveis não apenas por seus posts, mas também pelos comentários e qualquer tipo de intervenção de terceiros. Como as tecnologias mais recentes favorecem o anonimato, os ataques, principalmente à honra, são bastante comuns. “Qualquer conteúdo ilícito inserido em um blog, seja pelo próprio editor ou por um comentarista está sujeito a reparação cível ou criminal dependendo do conteúdo da informação”, adverte o advogado. Por isso, a moderação é essencial.

Veja algumas cartilhas que ajudam a escapar das armadilhas mais comuns.

Outros comportamentos cada vez mais comuns são o sexting e o cyber-bulling. O primeiro diz respeito à troca de material com conteúdo sexual, seja texto ou imagem. Atheniense argumenta que a ubiquidade da rede impede o controle sobre o tráfego. O sexting é potencializado pelos dispositivos móveis. Um celular sempre estará à espreita para gravar situações constrangedoras. Algumas medidas judiciais conseguem bloquear parcialmente a veiculação do material ofensivo, mas nunca completamente. “Caiu na rede já era”, diz o advogado.

O cyber-bulling também é cada vez mais presente nos tribunais. Trata-se do envio de mensagens anônimas e de cunho ofensivo para prejudicar alguém. A vítima pode ser alvo de acusações infundadas que prejudicam as relações profissionais, a honra pessoal ou até mesmo a segurança.

Apesar de pregar a cautela, Alexandre Atheniense é um entusiasta da rede mundial de computadores e possui perfil nos principais sites de relacionamento. Segundo ele, serviços como Orkut, YouTube, Twitter e tantos outros são o futuro da internet. Por isso mesmo, saber como usá-los é fundamental.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Calma, o Twitter chega lá!

O Twitter não é consenso e provavelmente nunca será. A resistência é grande. Nos últimos dias, circulou uma pesquisa que mostra a altíssima desistência dos usuários da emergente rede de microblogging. Prato cheio para os relatos apressados e estereotipados. Um exemplo é a reportagem do jornal Estado de Minas, que chama a ferramenta de “modinha do momento”, apresenta algumas funcionalidades, entrevista tuiteiros, fala de perfis falsos e do bate-boca entre parte dos usuários. Nada além do lugar comum.

Na mesma edição, o colunista B. Piropo reage assim à novidade (que deixou de ser novidade há um tempinho): “Francamente, por mais que eu dê tratos à bola não me ocorre quem possa demonstrar qualquer interesse pelo fato de alguém estar ou não tomando um café neste ou naquele momento. O que me faz continuar sem entender para que serve o Twitter.” Noutro trecho, o colunista faz previsões: “A tendência é que este, como todos os demais modismos, definhe e desapareça.” Todos os modismos vão desaparecer? Meu Deus, não deixe a minissaia desaparecer!

B. Piropo fez o que mais de 60% dos iniciantes no Twitter fazem: cadastram-se no serviço, acham que é uma coisa boba, sem nexo, e desistem dizendo aos quatro cantos que 140 caracteres não servem para nada.

Alguém se lembra de como os blogs eram encarados até a virada do milênio? “Coisa de adolescente”, “lugar para gente exibicionista”... Vá dizer isso hoje aos jornalistas Ricardo Noblat, Juca Kfouri e Luís Nassif. Diga o mesmo para as empresas que encontraram no blog uma ferramenta extraordinária para entrar em contato com clientes. Aproveite, ainda, para alertar a comunidade acadêmica, que forma redes gigantescas em torno dessa “coisa de adolescente”.

Lembro aqui Pierre Lévy, em Tecnologias da Inteligência: “Uma certa configuração de tecnologias intelectuais em um dado momento abre certos campos de possibilidades (e não outros) a uma cultura. Quais possibilidades? Na maior parte das vezes só descobrimos depois.”

No Carnet de Notes, André Lemos ilustrou muito bem a utilidade do Twitter com o exemplo das velozes conexões geradas durante um temporal que quase paralisou a cidade de Salvador. Para quem dispensou o Twitter após 10 minutos de puro “non sense”, Tim O'Reilly também tem bons argumentos para trazer de volta a vontade de tuitar.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Hipertexto 2009 em BH

O Cefet-MG vai receber o Hipertexto 2009 entre os dias 29 e 31 de outubro. O evento abriga pesquisas sobre linguagens e tecnologias. Por enquanto, estão abertas apenas as propostas para temas dos Grupos de Discussão. Somente doutores e doutorandos podem enviar as sugestões de tema. De acordo com informações do site, as conferências, cinco ao todo, serão apresentadas por pesquisadores convidados de renome internacional. Estão confirmadas as presenças de Ilana Snyder (Austrália), Maria Augusta Babo (Portugal), Rui Torres (Portugal) e Heloísa Collins (Brasil).

Veja as principais datas e as taxas de inscrição por período:

Até 4 de maio- Submissão de temas para Grupos de Discussão
Até 18 de maio - Abertura de inscrições
De 20 de maio a 31 de julho - Envio de aceites e pareceres
De 20 de maio a 31 de julho - Inscrições Taxa 1
De 1º de agosto até 20 de setembro - Inscrições Taxa 2
De 21 de setembro até o evento - Inscrições Taxa 3

Taxa 1
- Até 31 de julho: Professores universitários (apresentadores ou não): R$140,00 Alunos de pós-graduação (apresentadores ou não): R$ 100,00 Alunos de graduação: R$ 60,00 Ouvintes/outros profissionais: R$120,00

Taxa 2
- De 1º de agosto a 20 de setembro: Professores universitários (apresentadores ou não): R$180,00 Alunos de pós-graduação (apresentadores ou não): R$ 120,00 Alunos de graduação: R$ 80,00 Ouvintes/outros profissionais: R$140,00

domingo, 3 de maio de 2009

O impresso na internet: gratuito ou pago?

Uma entrevista com Gay Talese publicada na edição deste domingo do Estadão já é alvo de análise na blogosfera, no twitter e em outros tantos espaços. O experiente jornalista critica o New York Times pela decisão de disponibilizar gratuitamente o conteúdo do jornal impresso na internet. Segundo ele, a publicidade não será capaz de bancar sozinha o custo da cobertura jornalística de qualidade. “Eles arruinaram o futuro do jornal”, sentenciou.

No início de abril, assisti, pela terceira vez, a uma palestra de Ricardo Noblat. Ele também se queixou da “cultura do gratuito”, dizendo que ela é incompatível com a informação de qualidade. Noblat disse que “ninguém quer pagar R$ 1 para acessar o blog” e que apenas os blogueiros pagos por grandes portais conseguem angariar recursos capazes de garantir a qualidade da informação jornalística.

Aqui em BH as estratégias dos principais jornais são divergentes. O conteúdo do Estado de Minas é fechado para assinantes. O Hoje em Dia e O Tempo disponibilizam a produção do impresso gratuitamente na rede.

Ironia: a entrevista de Gay Talese foi publicada no jornal impresso e está disponível gratuitamente na internet! Eu, que não sou assinante do Estadão, pude ler tudo... e de quebra assisti aos vídeos com trechos da entrevista.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Web em debate na Savassi

Maio terá uma programação bem interessante no projeto Estação Pátio Savassi, em BH. São quatro palestras com o sugestivo tema “Quero saber sobre internet, mobilidade e conectividade”. As palestras são gratuitas, aos sábados, a partir das 11h, no anfiteatro (L2) do shopping Pátio Savassi (Av. do Contorno, 6061). Veja a programação:

09/05: “Direito, imagem, reputação e internet”, com o advogado Alexandre Atheniense, especialista em direito de internet.

16/05: “A internet e seu usuário”, com Joana Andrade, mestre em Hypermedia e sócia-diretora da Fhios Brasil (responsável pelas áreas de Pesquisa e Design Centrados no Usuário), e Camila Mantovani, mestre em Ciência da Informação.

23/05: “Imaginação Digital”, com Álvaro Andrade Garcia, sócio-diretor da Ciclope (ateliê de arte digital).

30/05: “As redes sociais”, com Alexandre Estanislau, designer e diretor de criação da Bolt Brasil.