segunda-feira, 16 de abril de 2007

Web 3.0: o triunfo dos agentes?

Esta semana, a revista Época traz a reportagem A terceira geração da web. O texto diz que o cientista Tim Berners-Lee trabalha no projeto W3C para desenvolver a Web 3.0, que teria sua lógica amparada na capacidade dos computadores em compreender semântica, ou seja, dominar o significado das palavras. O nome deixa evidente a perspectiva evolucionista em relação à alardeada Web 2.0, na qual os processos colaborativos dão à tônica. Na Web 2.0 temos a Wikipedia e o jornalismo open source. Na Web 3.0 teríamos computadores e softwares capazes de compreender o significado das escolhas dos usuários para fornecer respostas mais precisas. Veja como a reportagem classifica as três gerações:

Web 1.0: A grande biblioteca digital
Web 2.0: A construção coletiva do conhecimento
Web 3.0: Programas interpretam as preferências e axiliam a navegação

Parece-me que a Web 3.0 é o mundo dos agentes descrito há dez anos por Steven Johnson no livro “A cultura da interface”. Segundo as previsões do autor, os agentes seriam delegados (ou representantes) capazes de fazer coisas para nós. O perigo está na transferência de responsabilidade: “O problema começa quando nossos agentes começam a se intrometer em nossas avaliações subjetivas do mundo, quando começam a nos dizer do que gostamos e do que não gostamos.” (p.140)

De fato, devemos imaginar uma perspectiva híbrida entre a Web 2.0 (colaborativa) e a Web 3.0 (inteligência artificial). Os estudos comprovam que não há substituição, mas adaptação. Que tal pensarmos a Web 2.5?

Referência completa:
JOHNSON, Steven. Cultura da interface: como o computador transforma nossa maneira de criar e comunicar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.

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