terça-feira, 10 de abril de 2007

Comunicação e Sociabilidade - Parte I

As observações das relações cotidianas comprovam a necessária imbricação entre a comunicação e a sociedade. Em “Sociabilidade: implicações do conceito no estudo da comunicação”, Vera França mapeia as contribuições e os riscos de se incorporar às pesquisas uma noção tão ampla tal como a sociabilidade. O avanço das pesquisas no campo comunicacional demonstrou que os meios de comunicação não são meros instrumentalizadores de práticas pré-definidas, mas, sim, configuradores de uma nova sociabilidade.

Simmel e Maffesoli oferecem suporte teórico para compreendermos as “dinâmicas de associação” e as “forças vitais de agregação”. Eles nos ajudam a olhar a prática comunicativa como espaço próprio da vida social. Não se trata de afastar os meios dos estudos comunicacionais, mas inseri-los na dinâmica social:

“Os meios foram incorporados na vida do dia-a-dia, e eles tanto interferem nas nossas atividades e na construção do sentido como são invadidos e atravessados pelas atitudes prosaicas que edificam a vida cotidiana.” (p.63)

Mas como o pesquisador pode alcançar tal dimensão relacional contida na imbricação meios-sociedade? Apesar de não se aventurar por possíveis caminhos metodológicos, Vera França aponta uma direção eficaz: a busca do sentido.

Como a relação comunicativa está centrada na interação simbólica, ou seja, na linguagem como campo de estruturação e de passagem do sentido, devemos apreender as complexas relações entre mensagens, interlocutores e ambiência (contexto). Aqui está o verdadeiro desafio para se explorar o entrelaçamento entre a comunicação e a sociabilidade.

Referência completa:
FRANCA, V. R. V. . Sociabilidade: implicações do conceito no estudo da comunicação. In: FAUSTO NETO, A.; PORTO, S.; BRAGA, J.L.. (Org.). A encenação dos sentidos: mídia, cultura e política. Rio de Janeiro: Diadorim, 1995,p. 55-66.

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