
Na mesma edição, o colunista B. Piropo reage assim à novidade (que deixou de ser novidade há um tempinho): “Francamente, por mais que eu dê tratos à bola não me ocorre quem possa demonstrar qualquer interesse pelo fato de alguém estar ou não tomando um café neste ou naquele momento. O que me faz continuar sem entender para que serve o Twitter.” Noutro trecho, o colunista faz previsões: “A tendência é que este, como todos os demais modismos, definhe e desapareça.” Todos os modismos vão desaparecer? Meu Deus, não deixe a minissaia desaparecer!
B. Piropo fez o que mais de 60% dos iniciantes no Twitter fazem: cadastram-se no serviço, acham que é uma coisa boba, sem nexo, e desistem dizendo aos quatro cantos que 140 caracteres não servem para nada.
Alguém se lembra de como os blogs eram encarados até a virada do milênio? “Coisa de adolescente”, “lugar para gente exibicionista”... Vá dizer isso hoje aos jornalistas Ricardo Noblat, Juca Kfouri e Luís Nassif. Diga o mesmo para as empresas que encontraram no blog uma ferramenta extraordinária para entrar em contato com clientes. Aproveite, ainda, para alertar a comunidade acadêmica, que forma redes gigantescas em torno dessa “coisa de adolescente”.
Lembro aqui Pierre Lévy, em Tecnologias da Inteligência: “Uma certa configuração de tecnologias intelectuais em um dado momento abre certos campos de possibilidades (e não outros) a uma cultura. Quais possibilidades? Na maior parte das vezes só descobrimos depois.”
No Carnet de Notes, André Lemos ilustrou muito bem a utilidade do Twitter com o exemplo das velozes conexões geradas durante um temporal que quase paralisou a cidade de Salvador. Para quem dispensou o Twitter após 10 minutos de puro “non sense”, Tim O'Reilly também tem bons argumentos para trazer de volta a vontade de tuitar.
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