quinta-feira, 31 de maio de 2007

Coisas da web...

Tem coisas que só a web faz com você. Estou agora com mania de ver a CBN ao vivo. É isso mesmo. Descobri outro dia que o Globo.com instalou uma câmera no estúdio da rádio em São Paulo. Fiz uma google-pesquisa e parece que a câmera funciona desde abril. Estou atrasadíssimo!

Clique aqui e assista ao que era só para ouvir

Ver rádio na internet... mais uma que eu já estou até achando normal.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Jornalismo cidadão ou testemunho?

São muitos os debates sobre jornalismo cidadão na web. Munidos de tecnologia para produção de material de qualidade e envio instantâneo de texto, imagem e som, os não-jornalistas são convocados a participar do processo. Assim, sites e portais jornalísticos abrem espaço e incentivam a participação de leitores/usuários/internautas.

Mas qual o limite entre o jornalismo e o testemunho? O assunto foi comentado no Jornalismo & Internet e, recentemente, o OhmyNews publicou uma entrevista esclarecedora com a editora-chefe do Globo Online, Joyce Jane. As perguntas se limitam ao Eu-Repórter, seção voltada à participação do público.

Segundo ela, o espaço possibilita ao cidadão comum “ser um repórter”. Mas ela mesma afirma que quatro profissionais cuidam de selecionar, checar, apurar e editar o material enviado. Além disso, Joyce Jane diz que a maior parte das contribuições são fotografias, o que reforça o indício de que estamos mais perto do testemunho que do jornalismo.

Quem vai dar uma roupagem jornalística ao testemunho enviado é justamente o jornalista! A foto ao lado foi publicada no Eu-Repórter. Isso é jornalismo ou um flagrante do cotidiano de uma grande metrópole? A foto em si não é uma notícia.

Sem dúvida, a participação do leitor no processo é muito importante e o jornalismo cidadão é uma tendência inevitável. Mas ter meios tecnológicos de apreender um acontecimento não é suficiente para produção jornalística.

O jornalista é um mediador que garante etapas fundamentais da caracterização do produto jornalístico.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Tio Sam quer ser chinês

Carlos Castilho diz no Código Aberto que os tropas americanas no Iraque e Afeganistão “não terão mais acesso à uma lista de 10 sites cujo conteúdo é basicamente criado por usuários”. É claro que ali estão o YouTube e o MySpace. A justificativa oficial seria o elevado tráfego de dados gerados por tais sites, levando à instabilidade da DoD Network, rede que interliga os computadores do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (a mesma rede que fornece acesso às tropas americanas no exterior).

Mas é claro que a medida cheira a censura velada para não expor os combatentes a conteúdos “impróprios para o front”, como, por exemplo, o sofrimento dos cidadãos de países ocupados. Como a maior parte dos sites propiciam o compartilhamento de conteúdo, os soldados e oficiais também não poderão postar mais nada nestes sites que incomode Mr. Bush e os republicanos. A China e outros países com governos autoritários já tomaram medidas semelhantes para controlar o fluxo de informação. Será que o “microbloqueio” vai impedir a comunicação daqueles que estão nas frentes de batalha? Vexame!

Só uma correção - Na verdade, o memorando oficial - assinado pelo general B.B. Bell no dia 11 de maio - lista 13 sites. A proibição começou no dia 14 de maio. Detalhes também no The Lede, blog do NYT.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Onde há fumaça...

O post anterior trata de possíveis crimes cometidos no Second Life que vão parar nas investigações policiais. E não é que hoje blogs e portais abordam denúncias de pedofilia imersos na vida para lá de virtual... Você pode conferir a repercussão em qualquer uma das fontes abaixo:

Jornalismo & Internet
Estadão
Carnet de Notes
The Guardian
G1

sábado, 5 de maio de 2007

Caso de polícia?

Os debates sobre comunidades virtuais e interações no ciberespaço ganharam novas dimensões com a crescente popularização do Second Life. Para se ter uma idéia do alcance das discussões basta ler o texto “Virtual Rape Is Traumatic, but Is It a Crime?”, publicado na Wired por Regina Lynn. Segundo a autora, a polícia belga recebeu uma denúncia de estupro no Second Life. Apesar de considerar a agressão ao usuário e as conseqüências para o(a) personagem atacado(a), Lynn propõem uma distinção entre as situações:

“But that doesn't make the psychological upheaval of virtual rape anywhere near the trauma of real rape. And I can't see us making virtual rape a matter for the real-life police. It's a shitty thing to do to someone. But it's not a crime.”

Talvez seja um crime, mas um crime a ser investigado e punido no contexto em que foi praticado. Se o Second Life tem vítimas e agressores, também deve ter polícia, juiz, Código Penal, cadeia...

quarta-feira, 2 de maio de 2007

A credibilidade nos blogs jornalísticos

Vou fazer um hipertexto. Outro dia, o professor Marcos Palácios publicou um post sobre a constante polêmica entre os blogs e o jornalismo. O texto remete à página do professor Paul Bradshaw que, cansado de responder às mesmas perguntas, resolveu dar respostas definitivas. Segundo ele, forma e conteúdo não podem ser confundidos. Assim, blog é forma (plataforma) e jornalismo é conteúdo. Sobre a credibilidade dos blogs jornalísticos, Bradshaw evoca o decréscimo da confiança na grande mídia e acredita que as associações podem ajudar o jornalista-blogueiro a conquistar respaldo junto ao público.

No livro “A cauda longa” Chris Anderson apresenta bons subsídios para o debate ao destacar os sistemas probabilísticos vigentes na web:

"A vantagem dos sistemas probabilísticos é que eles se beneficiam da sabedoria das multidões e, em conseqüência, podem aumentar de escala, tanto em amplitude quanto em profundidade. No entanto, como essa característica sacrifica a certeza absoluta em microescala, é preciso considerar cada resultado isolado com um pouco de dúvida. A Wikipedia deve ser a primeira fonte de informação, mas não a última. Deve ser o site para exploração de informações, mas não a fonte definitiva dos fatos.

O mesmo se aplica aos blogs. Nenhum deles é absolutamente credenciado, confiável e fidedigno. Os blogs são uma forma de Cauda Longa e é sempre um erro generalizar a qualidade ou natureza do conteúdo na Cauda Longa – ela é, por definição, variável e diversa. Mas, em conjunto, os blogs estão se revelando tão fidedignos quanto a grande mídia ou até mais confiáveis. Apenas é necessário ler mais de um deles para decidir." (p.67)


Referência completa:
ANDERSON, Chris. A cauda longa: do mercado de massa para o mercado de nicho. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2006.

Mais sobre a Cauda Longa: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Long_Tail