São muitos os debates sobre jornalismo cidadão na web. Munidos de tecnologia para produção de material de qualidade e envio instantâneo de texto, imagem e som, os não-jornalistas são convocados a participar do processo. Assim, sites e portais jornalísticos abrem espaço e incentivam a participação de leitores/usuários/internautas.
Mas qual o limite entre o jornalismo e o testemunho? O assunto foi comentado no Jornalismo & Internet e, recentemente, o OhmyNews publicou uma entrevista esclarecedora com a editora-chefe do Globo Online, Joyce Jane. As perguntas se limitam ao Eu-Repórter, seção voltada à participação do público.
Segundo ela, o espaço possibilita ao cidadão comum “ser um repórter”. Mas ela mesma afirma que quatro profissionais cuidam de selecionar, checar, apurar e editar o material enviado. Além disso, Joyce Jane diz que a maior parte das contribuições são fotografias, o que reforça o indício de que estamos mais perto do testemunho que do jornalismo.
Quem vai dar uma roupagem jornalística ao testemunho enviado é justamente o jornalista! A foto ao lado foi publicada no Eu-Repórter. Isso é jornalismo ou um flagrante do cotidiano de uma grande metrópole? A foto em si não é uma notícia.
Sem dúvida, a participação do leitor no processo é muito importante e o jornalismo cidadão é uma tendência inevitável. Mas ter meios tecnológicos de apreender um acontecimento não é suficiente para produção jornalística.
O jornalista é um mediador que garante etapas fundamentais da caracterização do produto jornalístico.
sexta-feira, 25 de maio de 2007
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