domingo, 20 de julho de 2008

Muita convergência, nenhuma integração

O professor espanhol Ramón Salavería falou sobre convergência de mídias em palestra para jornalistas do grupo Associados Minas (Estado de Minas, Aqui, TV Alterosa, Portal Uai e Rádio Guarani FM). Segundo ele, as empresas se preocupam muito com o espaço físico – as instalações que agrupam em um mesmo local os profissionais de impresso, TV, rádio e internet – e se esquecem dos métodos de trabalho e das linguagens. A imagem que ilustra este post é da nova redação do New York Times, um bom exemplo da tendência seguida pelas grandes corporações. “Existem processos de convergência em quase todos os grupos jornalísticos do mundo, mas não existe resultado de integração”, argumenta o professor.

Salaverría sustenta que é impossível fazer convergência de conteúdos e profissionais sem o alicerce empresarial. Mas quais seriam as mudanças necessárias para que as empresas de fato enfrentem a realidade? Em primeiro lugar, deve-se abandonar os meios e reforçar as marcas. O maior bem não é o jornal Estado de Minas ou o jornal Folha de S. Paulo, mas as marcas Estado de Minas e Folha de S. Paulo. As empresas devem se desprender dos suportes e focar os conteúdos: é o que garante audiência.

Por fim, mas não menos importante, Salaverría defende que as empresas devem mudar a concepção global do processo. O negócio não está mais na venda, mas na forma de reter a atenção. Em vez de tentar empreender esforços para aumentar as vendas de jornais em banca, as empresas devem traçar estratégias para reter a audiência do público nos diversos produtos que oferece. Num tempo em que o próprio tempo é o recurso escasso, a atenção passa a ser primordial e pode gerar lucros para quem explora comercialmente o jornalismo.

Confira mais no blog e-periodistas, de Ramón Salaverría, e no blog Infotendencias.com, que divulga resultados de uma pesquisa em andamento sobre as experiências de convergência.

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